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Imagem retirada de http://docecomoachuva.blogspot.pt
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Ela era a que parava no limiar um pouco amedrontada, de mãos estendidas; com ela chegava a luz crua dos pátios caiados de fresco, a alegria do pão ainda quente dos seus dedos. Depois de me olhar como se tivesse sede dos meus olhos, começava a dançar, dançava e o corpo ia-se tornando alto de ser tão jovem. Onde está a mãe? – perguntava eu de repente. Não havia mãe. Ou só havia... Não, não havia.
In «Chuva sobre o rosto» (poesia), de Eugénio de Andrade (com um desenho de José Rodrigues), colecção «Pequeno Formato» (n.º 2), Edições ASA, Porto, Abril de 2002 (5.ª edição).
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