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Foto retirada de http://asfolhasardem.wordpress.com/
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Não sei se alguma vez nós voltaremos
da guerra onde deixámos partes d’alma.
As minas ainda estão a rebentar
trazemo-las por dentro e ninguém
pode
desarmá-las.
A última foi a de Fernando Assis
Pacheco
não em Zala ou Balacende nem
Quilolo
mas numa pacata livraria de
Lisboa
às onze da manhã
essa hora fatídica da emboscada.
Não me venham dizer que foi
enfarte
ou acidente cardiovascular. Eu
sei
que foi a mina
armadilhada no coração.
In «Nambuangongo, meu amor – Os poemas da guerra», de Manuel Alegre,
Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2008 (2.ª edição).
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