![]() |
Foto retirada de http://oeiras-a-ler.blogspot.pt
|
Apagaram-se as luzes. Noite. Noite.
De súbito três tiros nas palavras
um poeta calou-se apagou-se a canção.
De súbito um poema foi bombardeado
um poeta fechou-se nas vogais
cercado por consoantes que talvez
caminhassem cantando para um verso.
Eram granadas? Eram sílabas de fogo?
E de súbito a guerra. Noite. Noite. E um poeta
escreveu no chão: porquê?
E eram as letras do seu próprio sangue.
In «Nambuangongo,
meu amor – Os poemas da guerra», de Manuel Alegre, Publicações Dom Quixote,
Lisboa, 2008 (2.ª edição).
Sem comentários:
Enviar um comentário