"Canto e lágrimas em terra quente", de Hernâni Pombas Caniço (médico de família e presidente da Associação Saúde em Português), é uma obra que resulta da colaboração em publicações relacionadas com a saúde e a solidariedade (nomeadamente, a revista "In Vivo", "Saúde 2mil" e boletim informativo "Ser Solidário"), expressando, como refere o prefaciador Nuno Rodrigues Grande, “uma filosofia de vida que identifica o autor”, enquanto “cidadão interventor que assume a responsabilidade cívica dos profissionais de saúde e que, por isso, se tem comprometido no esforço de contribuir para a defesa da dignidade de todos os cidadãos”.
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APRECIAÇÃO CRÍTICA:
Este livro expressa uma filosofia de vida que identifica o autor, pois traduz a dedicação ao outro, particularmente ao que necessita de ajuda, que caracteriza o projecto pessoal do Dr. Hernâni Caniço. De facto, a permanente fraternidade que se encontra nos projectos, nos propósitos e nas acções – que o orientam como homem e como cidadão – estão explicitados nas páginas desta obra, síntese dos saberes e dos valores que identificam uma cultura que se exprime em português. Por isso, a Saúde em Português, que é a mais demonstrativa expressão dessa identidade, abre a selecção dos textos escolhidos e apresentados, como se fosse uma nota prévia do que se encontra ao longo do livro.
De facto, a exaltação das qualidades mais nobres da condição humana integra o ideário da Saúde em Português e pode ser reconhecida na forma como se exprimem a memória e os afectos, que se desenham em cada recordação que nos é apresentada.
Neste livro, também se compreende a dimensão do cidadão interventor que assume a responsabilidade cívica dos profissionais de saúde e, por isso, se tem comprometido no esforço de contribuir para a defesa da dignidade de todos os cidadãos.
A lusofonia, espaço cultural que tem ajudado a construir, está desenhada em textos diversos, como:“Formação, formação… em comum”, “Tradição ainda”, “Há cooperação”, “Não só (mais) uma missão em Moçambique”, “Na rota da Índia: a língua portuguesa ainda”, “Timor continua”, “Macau em Português” e “Brasil dos brasis: um cravo renitente”.
Tem procurado estar presente sempre que os problemas sociais, especialmente na área da saúde, solicitam uma intervenção consciente e informada.Tal atitude se identifica em textos como “O que faz falta”, “A esperança solidária” e “Porque se morre de sida”.Neste prefácio, pretendo salientar os aspectos mais gerais que serão enriquecidos pela leitura cuidadosa desta obra.
Nuno Rodrigues Grande
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CAPA: Reprodução de pintura de Eduardo Castela
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