Padre
Vasco Pinto de Magalhães – Foto encontrada em http://www.paroquiadetires.org/
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O
truque para conseguir ter um tempo de liberdade e descansar bem está não tanto
no ser capaz de ter uma cabeça superorganizada, uma agenda extraordinariamente
arrumada, daquelas onde vamos marcando pontinhos a assinalar as tarefas
cumpridas, mas em manter-se aberto e
dialogante com a realidade.
Nós
não dialogamos com a realidade, nem com a nossa nem com a dos outros, e o
diálogo seria o ponto de partida. Depois andamos sempre irritados com o que
acontece ou com aquilo que as outras pessoas dizem, o que leva a um desgaste
enorme ou ao azedume.
Mas
o tal “truque” não é mero aceitar ou não aceitar, é o estar aberto, dialogante
com as coisas que nos acontecem e com a realidade, o que é uma grande sabedoria
e o início do descanso. O “truque” é estar aberto à mudança, e não deixar de
ter problemas, mas de viver os problemas em diálogo, o que é um segredo
fantástico que nós não praticamos. Quando muito discuto e entro em conflito com
a realidade, mas não entro na relação e a relação descansar-nos-ia imenso. Se
assim não se faz, não se cresce!
A
atitude mais saudável a cultivar seria, precisamente, este diálogo com os
acontecimentos, com as situações, com os problemas, que me permitiria captar
deles o que me interessa e deitar fora o
que não interessa. Aliás, uma das coisas mais interessantes que têm os
computadores é o “caixote do lixo”, aquele mecanismo de delete, de deitar fora o que não nos interessa. Ai de quem não
tenha um enorme caixote do lixo, onde às vezes até podia deitar quase tudo fora…
e ficávamos riquíssimos de espaço e com espaço livre para o que valesse a pena.
Mas não, há pessoas que têm o “computador das suas vidas” completamente
atulhado. De quê? De nada! E dizem: “Mas pode-me vir a ser necessário!...”.
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