Imagem encontrada em http://clubearlivre.org/
|
Ao Manuel da Fonseca
Há três dias não manjara
Mais que laranjas roubadas
Em laranjeiras de estradas.
Sozinho pelo caminho
E desfiando lembranças
Que é da mãe que é da mulher
Que é dos filhos que sonhara.
Ó senhor cá destes sítios
Com celeiros com herdades
Um pobre maltês sem ninho
Pedindo pão e pousada.
Nem cama para dormires
Nem ceia para ceares
Isto aqui não é asilo
De vagabundos de estradas.
E para a fome calar
Lá pela noite calada
Larápio fora furtar
Laranjas dum laranjal
À beira estrada.
In «Cantos
cativos – Poemas coligidos: 1938-58», de Arquimedes da Silva Santos, Colecção
Campo da Poesia (n.º 51), Campo das Letras, Porto, Maio de 2003 (1.ª edição).
Sem comentários:
Enviar um comentário