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O ar, o céu, o horizonte
E
um rebanho imaginário
Que
o pensamento a bulir, vário,
Traga
à écloga que desponte
Por
mim – seu prado solitário.
Balancem
os freixos e os olmeiros,
A
grande altura, no ar dormente,
A
uma brisa de antigamente,
Finos,
esguios e verdadeiros:
Quero
uma écloga viva e silente.
Assim
me sonho, assim me vejo,
Ser
rio claro, ser verso puro
Calma
e silêncio que conjecturo,
Propício
à alma do meu desejo
–
Única rosa do chão que é duro.
Assim
me sonho, mas não consigo
Ver-te
real, ver-te infalível
Prado
florido, rio exequível
Por
quem fui ontem; mas, se prossigo
Por
quem sou hoje – rio impossível.
In «Écloga impossível», de
João Maia, colecção «Círculo de Poesia» (n.º 8), Livraria Morais Editora,
Lisboa, 1960 (1.ª edição).
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