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Tua mãe dava-te nomes pequenos, como se a maré os trouxesse com os caramujos. Ela queria chamar-te afluente-de-junho, púrpura-onde-a-noite-se-lava, branca-vertente-do-trigo, tudo isto apenas numa sílaba. Só ela sabia como se arranjava para o conseguir, meu-baiozinho-de-prata-para-pôr-ao-peito. Assim te queria. Eu, às vezes.
In «Antologia Breve», poesia
de Eugénio de Andrade, Colecção «Obra de Eugénio de Andrade» (n.º 25), Fundação
Eugénio de Andrade, Porto, Maio de 1994 (6.ª edição).
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