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Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves – só
ritmo e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto.
Puríssimo. Doirado.
In «Coração do Dia
/ Mar de Setembro», poesia de Eugénio de Andrade (com texto, reproduzido nas
badanas, da autoria de Fernando Pinto do Amaral), Colecção «Obra de Eugénio de
Andrade» (n.º 3), Fundação Eugénio de Andrade, Porto, Setembro de 1994 (11.ª
edição / 12.ª edição).
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