Foto encontrada em http://pt.freeimages.com/
|
O mar. O mar novamente à minha porta.
Vi-o pela primeira vez nos olhos
de minha mãe, onda após onda,
perfeito e calmo, depois,
contras as falésias, já sem bridas.
Com ele nos braços, quanta,
quanta noite dormira,
ou ficara acordado ouvindo
seu coração de vidro bater no escuro,
até a estrela do pastor
atravessar a noite talhada a pique
sobre o meu peito.
Este mar, que de tão longe me chama.
que levou na ressaca, além dos meus navios?
In, «Branco no Branco / Contra a Obscuridade»,
poesia de Eugénio de Andrade (com texto, reproduzido nas badanas, da autoria de
Óscar Lopes – «Uma Espécie de Música», 1981), Colecção «Obra de Eugénio de
Andrade» (n.º 18), Fundação Eugénio de Andrade, Porto, Abril de 1993 (5.ª
edição / 5.ª edição).
Sem comentários:
Enviar um comentário