Fotografia encontrada em http://permanentereencontro.blogspot.pt/
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Uma pedra, o barro seco, a cal.
A
pedra, usada. Um gume de ternura, a unha rente.
As
coisas, fora das palavras.
As
palavras, roídas por dentro.
(Parar
o riso, eco sem poço.)
O
negro, o áspero, a estria.
A
consistência do plano, a mão pesada, o passo enleado
no
que solta.
Contra
a parede, a língua.
O
chão gretado, a pele.
In «Alguns eventos»,
poesia de Júlio Pomar (com um desenho do autor), Publicações Dom Quixote,
Lisboa, Novembro de 1992 (1.ª edição).
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