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sábado, 19 de setembro de 2015

[Um pé de mesa não tem nada de positivo], excerto de «O Despertar dos Mágicos»

«Les Belles Réalités», pintura de René Magritte,1964

Ilhas de coral branco sobre um mar de um azul-escuro.
A sua aparência de distinção, a sua aparência de individualidade ou a indiferença positiva que os separa não são mais do que a projecção do mesmo fundo oceânico: a diferença entre terra e mar não é positiva. Em toda a porção de água há um pouco de terra, em toda a porção de terra há um pouco de água. De forma que todas as aparências são enganadoras. Visto que fazem parte de um espectro comum. Um pé de mesa não tem nada de positivo, não passa de uma projecção de qualquer coisa. E nenhum de nós é um ser, visto que psiquicamente somos contíguos daquilo que nos cerca, visto que psiquicamente nada nos acontece que não seja a expressão das nossas relações com tudo o que nos cerca.

In «O Despertar dos Mágicos – Introdução ao Realismo Fantástico», de Louis Pauwels e Jacques Bergier, tradução de Gina de Freitas, Livraria Bertrand, Lisboa, Março de 1980 (11.ª edição).

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