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Imagem retirada de http://cinabrio.over-blog.es
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VII
ELE
Navego pelas «Águas do Rei»,
E depois pelos canais de Heliopolis:
O meu destino o sítio das tendas
À entrada do Porto de Mertu.
Tenho de me apressar!
Inquieto, excitado,
O meu coração exalta-se em oração,
Oração a Ra, o deus do sol.
Poderei vê-la
Quando caminha ao longo do rio.
ELA
Contigo aqui em Mertu
É como se já estivesse em
Heliopolis.
Regressamos ao jardim das muitas
árvores,
Os meus braços cheios de flores.
Olhando o meu reflexo no quieto lago
–
Os meus braços cheios de flores –
Vejo-te a aproximares-te pé ante pé
Para me beijares por trás,
Os meus cabelos carregados de
perfume.
Com os teus braços à minha volta
Sinto-me como se pertencesse ao
faraó.
In «Poemas de amor do Antigo Egipto» (os poemas datam de entre 1567 a.C. e 1085 a.C.), com tradução de Hélder Moura Pereira e introdução de Paulo da Costa Domingos, Colecção Gato Maltês (n.º 35), Assírio & Alvim, Lisboa, Janeiro de 1998 (1.ª edição).
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