Um prefácio, como palavras prévias de uma obra literária, não deve ter funções críticas ou interpretativas e, muito menos, de orientação a quem se propõe saborear um livro em momentos de entrega e apaziguamento.
Por isso, esta nota introdutória
serve apenas de apresentação à segunda colectânea de contos de Lina Céu, ou
melhor de narrativas, já que, à semelhança do primeiro volume – «Histórias de
Cá e de Lá» –, não tendo a estrutura do conto, tal como a concebemos, nos
mostra aspectos descritivos de acontecimentos e vivências no tom coloquial de
um informal diálogo com o leitor.
Não sendo uma obra para ser lida em
momentos lúdicos de passar o tempo, ela leva-nos por caminhos em que o
pensamento emerge da rotineira letargia e vai até onde a razão nos concede o
engenho do sonho e da evasão.
Dúvidas psicológicas, enredando-nos
numa tela policromática (ou não fosse Lina Céu uma pintora), conduzem-nos pelos
sinuosos artifícios do inexplicável e da ideação subjacente à descoberta do
destino, do acaso ou das soluções mais metafísicas, porventura sobrenaturais.
O leitor é colocado pela autora na
posição de quem tenta descodificar e resolver os temas oferecidos por Lina Céu,
nas dúvidas e sortilégios que nos propõe. Como uma teia envolvendo o esotérico
mundo da imaginação e da autobiografia, os exercícios ficcionistas de avanços e
retrocessos desta obra tornam-na numa assimétrica intimidade no mundo que nos
rodeia e onde vivemos.
Lina Céu, ao contrário de quase todos
os ficcionistas que procuram na poesia o êxtase dos seus problemas mais
existenciais, alimenta esses problemas com a prosa de um modo tão subtil
como inconformista.
A autora, com este livro, procura
no leitor um cúmplice para as suas próprias congeminações. E consegue-o com a
arte que lhe conhecemos nas obras que, entretanto, vai colocando à nossa
disposição.
Joaquim Manuel Pinto Serra
(médico psiquiatra e escritor)
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AUTORA:
AUTORA:
Lina Céu Brito Canhão
Martins de Carvalho viveu a infância e juventude em Algés (concelho de Oeiras)
e reside em Coimbra. Licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa, fez carreira como professora do ensino secundário no
Porto e em Coimbra. Frequentou cursos em universidades do Reino Unido e da
Alemanha, como bolseira do Instituto Alemão e da Fundação Calouste Gulbenkian,
onde também trabalhou como revisora de traduções.
Publicou poemas na rubrica de
imprensa Antologia de Revelações, dirigida pelo crítico literário João
Gaspar Simões. Obteve prémios literários e publicou sonetos e demais em vários
periódicos.
É membro da Associação Portuguesa
de Poetas (APP), da Sociedade de Língua Portuguesa (SLP) e também sócia
efectiva da Associação Portuguesa de Escritores (APE).
Depois das obras Terra Rasgada
(poesia, em 2008), Histórias de Cá e de Lá (contos, em 2010), A Raiz
e o Fruto – Sessenta sonetos em dois andamentos com pausa (poesia, em
2012), As Árvores Nuas (poesia, em 2013, com a chancela da Mar da
Palavra), As Paralelas Assimétricas
(contos) é o quinto livro da autora, novamente publicado pela editora Mar da
Palavra.
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FICHA TÉCNICA
Autor: Lina Céu (com prefácio de Joaquim Manuel Pinto Serra)FICHA TÉCNICA
Capa: Reprodução de pintura de Lina Céu
Editora: Mar da Palavra - Edições, L.da
PVP: 16,96 €
N.º de páginas: 152
Formato: 14,7 x 21,0 cm
ISBN: 972-8910-69-3 (EAN: 978-972-8910-69-3)
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