Teus
poros exalam o fumo
Do
lar dos deuses de onde vieste.
Rompante
de espuma e de lume
És
sol quadrúpede ou mar equestre?
Desfilando
derramas o ouro
Do
teu rio inacabável,
Desmedido
relâmpago louro
De
um deus equídeo possante e frágil.
Tudo
existiu para que fosses
Na contraluz
desta madrugada *
Mitológica
proporção perfeita
Em
purpúrea bruma recortada.
Pois
que te é divino mister
Humanos
olhos extasiar
A dúvida
é só perceber
Se vieste do sol ou do mar.
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Poema de Natália Correia inicialmente publicado no Jornal de Letras (Abril de 1988) e recolhido na obra Poesia Completa – O Sol nas Noites e o Luar nos Dias, com prefácio da autora, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1999.
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*NOTA:
O verso original é: No contraluz desta madrugada
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