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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O LABIRINTO, de Jorge Luis Borges


















Este é o labirinto de Creta. Este é o labirinto de Creta, cujo centro foi o Minotauro. Este é o labirinto de Creta, cujo centro foi o Minotauro, que Dante imaginou com uma cabeça de touro, e em cuja rede de pedra tantas gerações se perderam. Este é o labirinto de Creta, cujo centro foi o Minotauro, que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem, e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações, como Maria Kodama e eu nos perdemos. Este é o labirinto de Creta, cujo centro foi o Minotauro, que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem, e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações, como Maria Kodama e eu nos perdemos, naquela manhã, e continuamos perdidos no Tempo, essoutro labirinto.

In «A memória de Shakespeare», de Jorge Luís Borges (com Prólogo de Luís Alves da Costa e tradução de Luís Manuel Bernardo e Luís Alves da Costa), Colecção «A Biblioteca de Babel» (n.º 7), Vega (editor Assírio Bacelar), Lisboa, 1994 (1.ª edição)

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