NOVIDADE EDITORIAL
Cabo Verde, Brasil e Portugal, para além
da Língua em comum, têm um contraste de emoções entrelaçando-se numa amálgama
de afectos, pressentidos nas suas individualidades históricas, linguísticas e
sociais. Exibem o que de melhor existe nas suas diversidades: a entrega poética
à vida, o apego a vivências solucionadas em cada olhar, em cada sorriso, em
cada palavra nascida de um simples regresso, ou mesmo de uma qualquer
despedida.
O sabor dessa afectividade traz-nos a musicalidade de uma morna, de um
samba ou de um fado, mas a sua origem é a mesma: o amor eternizado de quem
sonha, de quem se entrega ou de quem, simplesmente, respira em liberdade.
Um ritual de experiências (mais interiorizadas
ou mais à flor da pele, conforme a personalidade de cada um, modeladas
pela cultura, pela insularidade ou pelas condições ambientais do seu
desenvolvimento psicológico – patrimónios indeléveis que nos enriquecem)
oferece-nos, num longo e fraterno abraço, este aceno constante com que nos
deleitamos.
Esta obra, determinada por dois modos
diferentes de descrever essa genuína e transversal musicalidade com que
existimos e nos doamos, como raízes de um mesmo tronco, mostra-nos que somos
mais próximos do que distantes, mais irmãos do que longínquos familiares, mais
solidários do que antagonistas numa lusofonia feita de contradições e de
reencontros, mas, sobretudo, desta imensa alegria de viver.
A essa lusofonia de sentimentos e a todos os
que a ela se dão com as almas despidas de quaisquer contrariedades difíceis de
compreender ou de aceitar, oferecemos esta narrativa, feita de descobertas e
frustrações, ilusões e sensibilidades. E que, mau grado quaisquer acordos ou
desacordos ortográficos existentes, é sempre um elo de ligação de todos os
nossos anseios e desilusões, e de todas as nossas virtudes e desvirtudes.
Este livro é um compromisso e uma contribuição
que nós, autores, ofertamos a quem acredita na nossa grande riqueza: a lusofonia
emocional que nos rodeia, consubstanciada numa língua comum e numa convivência
criativa, feita de imaginação, emancipação e liberdade.
Joaquim Manuel Pinto Serra
Após
a apresentação desta narrativa, quero, da minha parte, reiterar o nosso
propósito de homenagear a Lusofonia, esta cumplicidade que nos irmana através
da língua comum pela qual nos entendemos, embora com as diversidades
provocadas, a princípio, pela distância e pelas novas influências, a resvalar
depois para novas ramificações.
Foi
ainda no âmbito da Lusofonia que achei bem associar a língua ao território,
observando a vida do nosso povo, com as suas tradições, os seus preconceitos e
os seus heróis, desde os tempos mais remotos. Assim, reportei à década em que
nascemos, com a manifestação do Capitão Ambrósio, tema já conhecido e tratado
por muitos cabo-verdianos.
Tratando-se
de uma narrativa histórica, baseámo-nos em factos reais, para os quais tivemos
o cuidado de verificar o respectivo tempo e a autenticidade, consultando fontes
fidedignas. Pesquisas na «Internet» levaram-me ao magazine «Esquina do tempo»,
de Manuel Brito Semedo, às publicações de Luís Silva e a uma entrevista de
Lilica Boal, todos publicados no «Facebook». Os meus agradecimentos aos
respectivos autores e divulgadores.
À
volta dos factos, girou a nossa fantasia. Uma família serviu-nos de modelo com
as qualidades reconhecidas no seu protagonista, que admiramos pelo carácter,
formação e intervenção, no desejo de libertar a sua terra dos abusos do
colonialismo. Seguimos a obra dos seus descendentes, fazendo-os agir pela forma
real, sempre digna, que conheci; ou imaginária, representando personagens que
queríamos expor como modelos de determinadas situações.
Agradecemos
aos que sobreviveram até aos nossos tempos, pela confiança que depositaram em
nós, compreendendo a nossa trama e fornecendo algumas informações.
O
terceiro capítulo, a meu cargo, apresenta-se como um misto de roteiro
turístico, nas viagens pelas ilhas, a par dos apontamentos linguísticos sobre
curiosidades da expressão crioula, além de um envolvimento amoroso que lhe deu
o nome: «Fruto Proibido».
Quanto
ao aspecto linguístico, não tive a pretensão de apresentar um trabalho
científico. São apenas o resultado da minha experiência e da minha curiosidade
no que diz respeito a certas origens, satisfeita pela consulta a obras dos
filólogos Baltasar Lopes da Silva e Dulce Almada.
Após o
quarto capítulo, apresentámos dois epílogos, nessa narrativa em que também
fomos personagens participantes, interagindo com outras de ficção ou reais em
situações fictícias.
Esperando
ter agradado, deixo a todos um abraço fraterno.
Bem
hajam!
Maria Faria de Brito
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OS AUTORES
Joaquim Manuel Pinto Serra – Nasceu em Portugal (Loulé) e reside em Lisboa,
depois de ter vivido em Coimbra durante cerca de sessenta anos. Médico
psiquiatra, foi assistente hospitalar no Hospital Psiquiátrico de
Sobral Cid e chefe de serviço no Centro Psiquiátrico de
Recuperação de Arnes, de que foi director (de 1984 a 1996).
Actualmente, está aposentado da carreira
hospitalar e continua a exercer a sua especialidade, como profissional liberal.
É professor em várias academias de seniores, na
cidade de Lisboa, leccionando a disciplina «A Arte de Envelhecer».
Tem publicados, até ao presente, dezassete
livros: nove de poesia, quatro colectâneas de contos,
dois romances, um de crónicas e um de ficção juvenil, este em co-autoria com
Maria Armanda Tavares Belo.
Maria Faria de Brito – De seu nome completo
Maria do Espírito Santo Pinheiro de Faria de Brito, nasceu em Cabo Verde (ilha
Brava) e reside na ilha de São Vicente (Mindelo) onde fez os estudos primários
e secundários. Frequentou o Liceu Gil Eanes, no qual mais tarde exerceu a sua
actividade profissional, como professora de Francês. Foi depois contratada para
a Escola Preparatória Jorge Barbosa.
Após a independência do país, no âmbito da
actualização do ensino, foi destacada para frequentar o IPFE (Institut pour les
Professeurs de Français à l´Étranger), na Universidade da Sorbonne em Paris,
onde obteve o DSML (Diplôme Supérieur de la Méthodologie de la Langue).Tem publicadas duas obras: uma de poesia – «Ao
Sol do Entardecer da Idade» – e outra de poesia e prosa – «ponte@palavra.cv.br»
–, esta em co-autoria com Maria Helena Sato e Lavínia St. Aubyn.
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FICHA TÉCNICA
Livro: Emoções lusófonas
Autores: Joaquim Manuel Pinto Serra e Maria Faria de Brito
Fotografia da capa e da contracapa: José António
Pereira
Coordenação editorial e revisão: Vitalino José
Santos
Editora: Mar da Palavra - Edições, L.da
PVP: 16,96 €
N.º de páginas: 160
Formato: 14,5 x 21,0 cm
ISBN: 972-8910-78-5 (EAN: 978-972-8910-78-5)
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Registo de notícias e outras referências:
https://www.wook.pt/livro/emocoes-lusofonas-joaquim-manuel-pinto-serra/21260600
https://www.bertrand.pt/livro/emocoes-lusofonas-joaquim-manuel-pinto-serra/21260600
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